terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Resumo do trabalho apresentado no SICIO

IMPORTÂNCIA DA PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS DE SEDIMENTO EM ESTUDOS PALEOCEANOGRÁFICOS

Lamente, L.; Nishizaki, C.; Pais, F.S.; Schultz, G.G.; Silva, M.B.; Toledo, F.A.L.; Costa, K.B.

1. Objetivo

A adequada preparação de amostras de sedimentos de testemunho para estudos paleoceanográficos é extremamente importante para qualidade dos dados gerados e na obtenção de corretas interpretações.

O procedimento descrito a seguir permite a aplicação de diversas técnicas que utilizam espécies de microfósseis tais como foraminíferos e nanofósseis calcários.

2. Materiais e Métodos

As amostras úmidas coletadas em testemunhos e armazenadas em sacos plásticos são inicialmente pesadas em balança analítica. Após secagem em estufa a 60°C, a amostra é novamente pesada. Esta é lavada em peneira de malha 63µm separando a fração grossa, maior que 63µm, da fração fina, menor que 63µm. A seguir efetua-se nova secagem de ambas as frações em estufa, mantendo a mesma temperatura da primeira. A fração fina é utilizada para análise de nanofósseis calcários. A próxima etapa consiste em peneirar a seco a fração grossa em malha de 150µm. A parte retida é utilizada para análise de foraminíferos. Para se obter entre 300 e 600 foraminíferos, faz-se o quarteamento, isto é, divide-se a amostra em várias partes iguais. Os foraminíferos são analisados através de lupa binocular. Para o estudo dos nanofósseis calcários, são preparadas lâminas em chapa aquecida a 60°C com tempo de decantação e pipetagem pré-estabelecidos, seguidas de análise em microscópio com luz polarizada.

3. Resultados

Dentre as possíveis aplicações em estudos paleoceanográficos, a partir das amostras tratadas pelo método descrito anteriormente, estão: determinação da razão isotópica de carbono e oxigênio em testas de foraminíferos; teor de carbonato; composição e abundância da assembléia de foraminíferos; estimativas de paleotemperaturas, estimativa da paleoprodutividade; bioestratigrafia; cronoestratigrafia; estudo da variação do nível do mar através da razão entre foraminíferos planctônicos e bentônicos, entre outras.

4. Conclusão

Em virtude das diversas aplicações das amostras provenientes deste tratamento em estudos paleoceanográficos, é notável a importância dos cuidados em cada etapa do método, desde a separação dos sedimentos preservando as testas de foraminíferos e nanofósseis até cuidados com contaminação, garantindo assim a confiabilidade dos dados interpretados.

5. Referências

COSTA, K. B. 2000. Variações paleoceanográficas na porção oeste do Atlântico Sul entre o Último Máximo Glacial e o Holoceno: isótopos estáveis do oxigênio e carbono e a razão Cd/Ca em foraminíferos bentônicos. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 250p.

CAMILLO, E. 2007. Foraminíferos planctônicos em resposta às mudanças oceanográficas no Atlântico Tropical oeste durante os últimos 30.000 anos. Dissertação, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, 181p.

QUADROS, J. P. 2007. Nanofósseis calcários da Margem Continental nordeste do Brasil: uma contribuição à paleoceanografia do Atlântico Sul nos últimos 25.000 anos. Dissertação, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, 188p.

TOLEDO, F. A. de L. 2000. Variações Paleoceanográficas nos últimos 30.000 anos no oeste do Atlântico Sul: Isótopos de Oxigênio, Assembléia de Foraminíferos Planctônicos e Nanofósseis Calcários. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 245p.





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