terça-feira, 27 de outubro de 2009

Menção Honrosa

Conforme divulgado na Assembléia do XXI Congresso Brasileiro de Paleontologia, ficou decidido que os melhores trabalhos apresentados por alunos, tanto da graduação quanto da pós-graduação, receberiam uma menção honrosa, como uma forma de estímulo acadêmico.
Nós do LaPAS gostaríamos de aproveitar este espaço para parabenizar a aluna de mestrado Ana Cláudia Aoki Santarosa, membro de nossa equipe, que foi uma das contempladas na categoria "Painel".
O comunicado pode ser lido na íntegra em http://www.sbpbrasil.org/portal/imagens/XXICBP.pdf.




quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estudos de foraminíferos planctônicos e análise isotópica em um testemunho da Bacia de Santos

Fabiane Sayuri Iwai, Felipe A. L. Toledo & Karen Badaraco Costa - Livro de Resumos do XXI Congresso de Paleontologia

Os foraminíferos planctônicos têm grande aplicação na reconstituição climática, já que são organismos abundantes e de ampla distribuição espacial e temporal. Eles são organismos que possuem alta sensibilidade às mudanças ambientais. As oscilações climáticas ocorridas no passado podem, então, ser identificadas no registro fóssil através destes organismos. Existe um crescente interesse sobre a reconstituição paleoceanográfica do Atlântico Sul devido ao seu papel na circulação termohalina global. O presente estudo foi realizado em sedimentos obtidos através de um testemunho (KF-H) na Bacia de Santos. A coleta do testemunho foi realizada sob as coordenadas 24º31‟48”S; 42º32‟24”W a uma profundidade de 1.695 metros de lâmina d‟água. O testemunho recuperou 4,13 metros de sedimentos, os quais foram amostrados a cada 10cm, totalizando 40 amostras. Através de análises faunal e isotópicas de carbono e oxigênio em foraminíferos planctônicos foram realizadas inferências sobre as variações climáticas nos últimos 30.000 anos. A análise faunal do testemunho foi baseada nas espécies de foraminíferos planctônicos Globorotalia menardii, Globigerinoides ruber, Globigerina bulloides, Globorotalia truncatulinoides, Neogloboquadrina dutertrei e Globorotalia inflata. As análises isotópicas de carbono e oxigênio foram efetuadas nas testas de G. ruber (white). O intervalo recuperado pelo testemunho KF-H compreende o Holoceno e parte do último período glacial, sendo possível observar a presença do Último Máximo Glacial (UMG). A partir da bioestratigrafia, baseada na espécie G. menardii, foi possível identificar o limite entre o Pleistoceno e o Holoceno. A espécie G. ruber foi o organismo predominante, sendo a sua ocorrência inversa à da espécie G. bulloides. A curva da freqüência da espécie G. menardii é a que apresenta mudança de comportamento mais marcado em resposta às variabilidades climáticas, sendo o limite Pleistoceno/Holoceno identificado pela ausência/presença desta espécie. Apesar de não apresentar uma resposta tão clara quanto a G. menardii, a espécie G. inflata apresenta um claro limite entre os dois períodos. A espécie N. dutertrei não apresenta uma resposta clara às variações climáticas, porém a sua curva apresenta a mesma tendência da G. inflata de redução em direção ao Holoceno. A razão entre indivíduos dextrais e levógiros da espécie G. truncatulinoides também se mostrou um bom marcador de limite entre períodos frios e quentes. As variações de temperatura encontradas a partir das análises faunísticas apresentam boa correlação à curva isotópica de oxigênio. As espécies N. dutertrei, G. truncatulinoides, G. ruber e G. bulloides apresentaram forte correlação à curva isotópica de carbono e, portanto, à disponibilidade de nutrientes. A variação destas espécies e o comportamento da curva isotópica de carbono indicam um incremento na produtividade do Oceano Atlântico Sul na transição entre o Pleistoceno e o Holoceno. Através da análise faunal de foraminíferos planctônicos é possível identificar as mudanças climáticas ocorridas ao longo do tempo, e nota-se que as principais variações ocorreram no limite Pleistoceno/Holoceno. Os resultados desse estudo podem contribuir para a compreensão do papel do Oceano Atlântico Sul na circulação global.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Trabalhos do XXI Congresso de Paleontologia - Belém

Estimativas de produtividade ao longo dos últimos 15 mil anos na porção Oeste do Atlântico Sul a partir do estudo quantitativo de nanofósseis calcários

Heliane Bevervanso Ferrarese & Felipe A. L. Toledo - Livro de Resumos do XXI Congresso de Paleontologia

Os nanofósseis calcários compõem o grupo mais abundante de fósseis calcários do planeta, sendo os cocolitoforídeos os maiores produtores de carbonatos pelágicos. Visto que a produtividade biológica marinha é um mecanismo de extrema importância no processo de transferência de CO

2 atmosférico para os oceanos, as pesquisas por métodos de análises quantitativas de paleoprodutividade tornam-se expressivamente relevantes para estudos paleoceanográficos. Apesar de sua importância, os estudos neste campo ainda são escassos para a porção oeste do oceano Atlântico Sul e os estudos baseados em nanofósseis calcários em sedimentos em latitudes médias do Atlântico Sul têm se concentrado principalmente no setor leste. Beaufort ajustou uma equação para o cálculo da produtividade primária superficial, em gC m-2ano-1, para águas do oceano Índico, a partir de dados quantitativos da espécie de cocolitoforídeo Florisphaera profunda. Essa equação foi posteriormente testada por outros autores para o oceano Atlântico equatorial, os quais obtiveram boas correlações com a produtividade local. Com o intuito de testar a equação para o Atlântico subtropical, os resultados obtidos neste estudo foram comparados com os resultados quantitativos de espécies indicadoras de produtividade superficial. O objetivo principal deste trabalho foi estimar a paleoprodutividade primária ao longo do testemunho para Atlântico sul, a partir do estudo quantitativo de nanofósseis calcários e, secundariamente, testar a equação de paleoprodutividade, comparando os resultados obtidos à variação das abundâncias absolutas e relativas de nanofósseis calcários, ao índice de nutrientes, e aos dados de isótopos estáveis de carbono. O testemunho de 488 cm, com idade estimada em 15.000 anos foi coletado a 827 m de profundidade na Bacia de Santos. As análises micropaleontológicas foram realizadas a cada 8 cm, totalizando 56 amostras. As abundâncias absolutas, em número de nanolitos por grama de sedimento, foram obtidas a partir da utilização da técnica da decantação aleatória e, o índice de nutrientes, a partir da relação entre espécies de alta e de baixa fertilidade. A produtividade primária calculada variou entre 138 e 252 gC m-2ano-1

. Os resultados de abundância absoluta total apontaram para uma redução da produtividade primária superficial do início do Holoceno para o presente, acompanhando a tendência da curva de paleoprodutividade. A espécie Gephyrocapsa sp. destacou-se ao longo do testemunho, apresentando boas correlações com esta variação de produtividade das águas superficiais e com o Índice de nutrientes.

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